É duro aceitar a realidade…

ventura

Estive fora do país por cerca de quinze dias, distanciando-me um pouco das coisas do Paraná Clube, não sem guardar um fiozinho de interesse e até de preocupação.

Passei muitos momentos de importante descontração, porque incrustado em região sem acesso fácil à internet e, bem assim, distante das notícias do Brasil, nelas incluídas as do Tricolor.  Tal situação, quase paleozóica, obrigou-me a operar um verdadeiro desligamento dos assuntos daqui, pois, não bastasse isso, eu nem mesmo telefonava para cá, evitando envolvimento com assuntos que pudessem tirar-me do sossego.

Há meio caminho de minhas férias, tendo acessado canais de atualização da vida corriqueira, surpreendi-me positivamente, ao detectar o avanço da nossa Gralha na classificação do campeonato paranaense: não é mesmo que o time ganhou as duas primeiras partidas do returno?

Mais feliz ainda, dei continuidade ao meu ócio, mas não me desliguei totalmente do assunto, especialmente no que tangia à iminência de uma partida muito importante, contra a casca da melancia, pois poderia servir como efetiva confirmação de nosso crescimento, o que, tendo retornado para casa, noticiou-se como não-observado: não é mesmo que o time continua a não vencer clássicos e, com isso, corre sério risco de cair de produção, novamente?

E o círculo vicioso permanece, ou seja, quando temos algum motivo para alento, logo vem a frustração de sonhos, seguida de amargo despertar para a realidade, que – e tem sido assim – retorna dura, nua e crua, esmagando a esperança, mesmo aquela gerada pela fé cega, e fazendo-nos desanimados, envergonhados e desiludidos de nossa paixão.

A fé raciocinada nos diz, efetivamente, que somos um tanto impotentes para seguir em frente e para cima, mas também nos diz que a paixão faz mesmo sofrer e nos dá, por vezes, direito ao usufruto de algum êxtase. E isto nos mantém vivos, conquanto, amiúde, iludidos, mas expectantes de um futuro melhor, em que, mesmo sem chegar a algum lugar de extrema proeminência, ao menos não mais tropecemos em melancias, reincidência que nos tem feito retardar a caminhada rumo à rememoração dos píncaros da glória, nossa essência imanente.



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