Poço sem fundo?

ventura

Há poucos dias, o meu filho, o Henrique “Caniggia” Ventura, conhecido de alguns da Paranautas e da TFI, de todos do POC (Paraná Orkut Clube, um tanto desarticulado, ultimamente) e de pouquíssimos na arquibancada (só os mais atentos sabem de sua existência e lembram-se dele, gritando palavrões como ninguém e galgando o alambrado para xingar árbitros e jogadores de mau caráter), precisando desabafar, em período sem jogos para xingar, fez uso autorizado de meu espaço de colunas do saite paranauta.

Abordou, com muita proficiência, o quadro paranista, fazendo menção ao local em que se pensa esteja o clube, após tantos anos de fracassos: o fundo do poço.  O fundo de um poço que vimos ser escavado, ao longo de muito tempo, pelo patinar dos desesperados pés paranistas, encalacrados em pesada areia movediça e mal coordenados, mal dirigidos, mal alimentados, desamparados, até o esgotamento e afundamento total.

E não vemos luz para o Paraná Clube, pois, do jeito que desceu às partes mais abissais do tal poço e imerso na mais profunda escuridão, não vislumbramos o seu efetivo estado físico, material, moral.  No fim de um ano em que as coisas só não foram piores por causa da piedade divina para com os torcedores dessa agremiação, ou porque o pior ainda esteja em porvir, vemos uma virada no calendário para mais e mais dificuldades.  O Ano Novo não nos deverá trazer algo novo, pelo menos no âmbito do que se tem como coisas boas.  E na situação ainda mais dificultosa pela falta de captação de renda, o cenário todo deve se repetir, talvez até mais dramático do que foi neste ano, que se faz finado.

Por outro lado, se estamos no fundo do poço (nem sabemos disto com muita certeza, pois não há luz nenhuma e o clube está sem forças para declarar sua situação), resta-nos esperar que o nosso modo de ver as coisas é que nos faça pensar que assim seja e que estejamos errados, que apenas não estejamos enxergando o Tricolor, não estejamos percebendo o nível exato do poço em que ele se encontra, onde quer que esteja.  E, para ser ainda mais contundente em nosso brio e no denodo necessário para que se o tire de lá, quero dizer que torço para que esse tal poço tenha, mesmo, um fundo, porque, se não tiver, qualquer novo deslize do nosso Paraná Clube, agarrado em qual esperança estiver, poderá ser mais do que fatal: irrevogável, sem volta, queda livre em um abismo sem fim, sem direito a funeral e preces, pelo vazio de seu destino.

 

Feliz Natal a todos os amigos de coração paranista e Bom Ano Novo, com todas realizações de Bem possíveis e, se for o caso, as impossíveis, também.

 

Henrique Ventura, o Sênior  –  22.12.2011.



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