Coluna do Linke – O que esperar de 2019

Como Paranistas tivemos um ano difícil em 2018. A expectativa criada pelo acesso conquistado com muito suor em 2017 acabou frustrada por escolhas equivocadas, que nos levaram a uma das piores campanhas da era pontos corridos. Felizmente, como tudo na vida, o ano difícil acabou e o torcedor Tricolor adentra 2019 com a esperança de dias melhores. O que podemos esperar desta nova temporada?

Primeiramente, acredito que podemos esperar que lições tenham sido aprendidas. Decisões precisam ser tomadas e erros fazem parte de qualquer processo de construção, e no futebol não é diferente. O que tem ocorrido e precisa ser quebrado é o ciclo vicioso do erro. Sucessivas gestões do Clube ao longo dos últimos anos têm errado de forma sistêmica, algumas vezes por falta de conhecimentos, habilidades ou atitudes, outras por ego. É importante, além do preparo técnico e da inteligência emocional para lidar com situações adversas do dia a dia, que esses erros produzam aprendizados, justamente para evitar que se repitam, e assim o Clube possa crescer.

Uma nova diretoria, com pessoas que já faziam parte da formação anterior, tomou posse em Dezembro/2018. Ano novo, vida nova! E para evitar uma nova entrada neste ciclo vicioso, os dirigentes devem ter humildade, promover uma análise do cenário atual de forma serena e ouvir o que o torcedor tem a dizer, para organizar um plano de trabalho consistente, que permita o resgate da imagem da Instituição dentro das possibilidades financeiras do Clube. O Clube só existe graças a sua torcida, e neste processo de reconstrução duas palavras são fundamentais: diálogo e respeito.

Particularmente, estou otimista com a reestruturação do departamento de futebol. Ao contrário do ano anterior, em que um único executivo concentrava a maior parte das decisões relacionadas à montagem do elenco, neste ano a estrutura do departamento foi reformulada. Marcão e Lúcio Flávio, dois atletas formados nas categorias de base do Tricolor com carreiras bem-sucedidas dentro dos gramados, fazem parte da equipe. Por conhecerem o meio e terem muitos contatos, podem abrir portas e facilitar a transição entre o que ocorre nas salas dos dirigentes e o vestiário. Esta equipe também é composta pelos bons profissionais Guatura e Luís “Maringá”, ambos Paranistas apaixonados, com experiência em departamentos de futebol e moderna visão de mercado. Some-se a isso a contratação do executivo Mazuco, que trabalhou em Coritiba e Paysandu, e que apesar de ainda ser visto com desconfiança pelos seus últimos trabalhos, merece crédito pelo fato de ter sido apresentado por pessoas que conhecem bem o Paraná Clube. O tempo mostrará os resultados produzidos por estes profissionais.

Outro ponto de otimismo é a comissão técnica. Dado Cavalcanti é um profissional competente, que conhece o lado tático-científico do futebol como poucos no Brasil. Teve experiências em outros Clubes desde sua última passagem pela Vila Capanema (o quase acesso de 2013, lembram? Faltou grana, diretoria atrasou salários e a boleirada parou de jogar) e tem tudo para ajudar o Paraná a montar uma boa espinha dorsal, como Wagner Lopes fez em 2017. As comissões técnicas do Dado em geral costumam ser bastante criteriosas com a parte física. Podemos esperar boas perspectivas do Clube neste ponto para 2019.

A parte financeira ainda preocupa. O Clube evoluiu muito com o ato trabalhista, porém ainda possui uma dívida considerável com alguns investidores. Seria interessante, neste processo de transparência tão defendido pelo presidente Leonardo, que esses números detalhados fossem apresentados aos conselheiros. Saber quanto devemos a curto, médio e longo prazo é crucial para evitar falhas no planejamento financeiro, como atrasos de salários por exemplo. E se tem algo que atrapalhou demais o Paraná nesses últimos anos foram os atrasos salariais. Espero que o fôlego financeiro pela venda da jóia Jhony Lucas a investidores estrangeiros traga a sustentação necessária para que possamos ter um ano sem manchetes relacionadas às dificuldades financeiras.

A política de pés no chão deve permanecer. Pelo que conversei com pessoas que trabalham no Clube, o objetivo neste ano é adequar as finanças à realidade da série B. Uma coisa é fazer futebol com receitas de televisão e patrocinadores na dezena dos 30 milhões, outra é fazer com 8. Já temos visto algumas decisões tomadas nessa linha, como o empréstimo de atletas com salários elevados e um maior cuidado na escolha de contratações. Resultado se faz com boa gestão e a cartilha neste aspecto está sendo seguida.

Algo que espero para 2019 é que os conselhos do Clube sejam mais atuantes. Que cumpram seus papéis estatutários de questionar, fiscalizar, votar, apresentar propostas e façam o clube evoluir. Se todos os conselheiros deixarem egos e vaidades de lado e pensarem no bem da Instituição, o cenário se transforma.

O Paraná Clube tem um potencial gigantesco. Temos uma identidade muito bem definida, levamos o nome do nosso estado, um símbolo que é só nosso, cores – que como nossos sentimentos pelo Clube – são vibrantes, uma torcida reconhecida nacionalmente como apaixonada, somos referência na comunicação com as novas gerações nas redes sociais… E mesmo com 10 anos na série B o torcedor continua indo ao estádio, defendendo a Instituição, comprando produtos. Somos um gigante adormecido. Por que não acordar?

Desejo boa sorte e sucesso à nova diretoria. E a você, leitor da Paranautas, desejo que seu time seja tricampeão brasileiro em 2019!

 

Um grande abraço!

 

Giovani Linke



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