Coluna ODS

INTERROGAÇÕES

 

Novamente, como infelizmente se tornou costumeiro na vida do Paraná Clube, iniciamos um ano cheio de incertezas sobre como será o transcorrer da temporada. No trigésimo ano de existência, estas dúvidas são ainda maiores que nos anos anteriores, haja vista que além de englobar o planejamento esportivo, ou seja, o time que vai a campo, o próprio futuro do clube como um todo se torna obscuro.

 

A situação financeira é caótica, trazendo dívidas de cinco vencimentos de atletas e funcionários (três meses de salário, férias e décimo terceiro) do ano de 2019, ao menos pelo que sabemos através das notícias. Não há qualquer previsão do clube para solucionar a situação, gerando novas dívidas trabalhistas em virtude destes atrasos salariais, além dos pedidos de rescisão judicial dos contratos de atletas que poderiam se tornar ativos financeiros para o clube. Neste aspecto, importante ressaltar que o grande trunfo em que se fundamentava a atual diretoria era no aspecto de reduzir as dívidas, como forma de trazer (ao menos à médio e longo prazo) um novo fôlego financeiro aos combalidos cofres do Paraná Clube.

 

Assim, sem qualquer perspectiva de solução para a crise financeira, sem verbas para contratar jogadores e com um elenco reduzido, o clube se tornou refém de empresários que queiram expor seus jogadores (que não tem nenhum espaço em seus clubes de origem, denotando inexperiência ou deficiência técnica), usando o Paraná Clube como vitrine. A grande probabilidade é de que não dê certo, mas como estamos tratando de apostas, só o tempo poderá nos dizer o resultado desta forma emergencial de gerir o futebol.

 

Neste emaranhado de incertezas e dificuldades financeiras, redes sociais e imprensa noticiam a possibilidade da chegada de um investidor estrangeiro que injetaria recursos para solucionar os problemas financeiros do clube (ao menos no aspecto do futebol) e possibilitar um maior investimento em atletas de maior renome e nível técnico para qualificar a equipe.

 

Isto gera mais interrogações aos paranistas, pois, qual seria vantagem deste investidor em colocar seu dinheiro no Paraná Clube? Qual seria o modelo de parceria com este investidor? Como seria o retorno deste investimento ao clube e ao suposto investidor estrangeiro? Este investidor efetivamente existe? Toda a questão está envolvida em névoa e não há qualquer pronunciamento do clube neste sentido.

 

Com a água no pescoço, não podemos depositar todas as nossas forças em uma tábua de salvação que pode ser frágil e traiçoeira, pois temos diversos exemplos, no próprio Paraná Clube, de investidores que deixaram o clube em situação pior do que quando chegaram. Ao que se vê, a torcida preocupada com a situação do clube e sem qualquer respaldo ou comunicação da diretoria, deposita suas esperanças neste investidor, sem analisar os possíveis pontos negativos desta forma de gestão do clube.

 

No futebol quem manda é o dinheiro e assim, os participantes sempre querem lucros, sem quaisquer escrúpulos em buscar “mais, em menos tempo e da forma mais segura”. Não restam espaços para amadores, desesperados e negociações malfeitas. Qualquer negociação com investidores e parceiros deve ser clara e bem amarrada para minimizar qualquer risco. Não há investimento sem uma perspectiva de vantagem ao investidor, é uma regra do mercado e este é ponto que mais preocupa em toda essa história.

 

E falando em dinheiro, em cerca de duas semanas enfrentaremos a primeira fase da Copa do Brasil, valendo uma premiação milionária. Será que estamos aptos e preparados para embolsar esta fonte de renda, tão importante neste momento, com o time que temos?

 

Créditos

Guilherme Tolentino Ribeiro da Silva

 

ODS – Os de sempre



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