Nem ataque, nem defesa

ventura

Não agüento mais ver o time desse jeito. Não é de hoje e não é  de ontem: são muitos anos de decepções e sentimento de impotência. Quando não temos técnicos estagiários (Sérgio Bello, em sua coluna de ontem, bem qualificou os treinadores que temos visto passar pelo clube, e eu estendo a qualificação ao jogadores, também), vemos oportunistas, espertalhões, que apenas vêm para empurrar-nos, goela abaixo, jogadores medíocres, que lhes dão comissões por se verem empregados.

Nada contra estagiários em qualquer setor da vida, mas não se pode pretender disputar campeonatos com gente sem experiência, sem conhecimento técnico-tático e sem inteligência, como é o caso paranista. De “cabo a rabo”, nosso time é uma imensa cupidez, tal sua ingenuidade e sua inépcia. Não temos ataque, nosso meio de campo é inoperante, tanto no bloqueio de jogadas, quanto na armação destas, errando, falhando demais. Não que estes sejam os únicos responsáveis por nossos maus resultados, pois, independentemente de seus erros particulares e coletivos, também não temos bons defensores explícitos, sendo muito ruim a nossa defesa (veja-se a bobeira no jogo de ontem, com o empate conseguido pelo time do Operário; e, pior: quando fizemos o gol em nosso único ataque efetivo, já sabíamos que levaríamos o gol de empate, mesmo com a ruindade do Fantasma, que perdeu vários tentos imperdíveis).

Tal qual muitos paranistas, mesmo os mais fervorosos, estou quase “jogando a toalha”, pois não suporto mais ver tamanha decadência e ausência de poder de reação. Começo até a achar que o lugar de times que tais tenha que ser mesmo o de uma divisão inferior, por mais que isto acabe por significar sua efetiva e eterna inumação, pela absoluta falta de condição de soerguimento que tal situação imporia (vejam, amigos, que minha paixão ainda me faz usar o verbo no tempo condicional, quando a razão faz que se considere a questão como algo inexorável), em face do cada vez menor aporte de verbas.

Absurdo, por exemplo, que nosso técnico tenha feito substituições no time, faltando menos de quinze minutos para acabar o jogo (quando da última alteração no jogo, nem sei se faltavam cinco minutos para acabar a partida), mexidas típicas de quem está ganhando uma partida e, em geral, feitas apenas para fazer passar o tempo e esfriar o ímpeto do adversário (!!!). Pelo jeito, o tal do Pinto estava satisfeito com o resultado, mesmo tendo conseguido praticamente um só ataque e só este com efetividade, tomando também um gol, enquanto o único resultado que deveria desejar seria o da vitória. Ao que parece, o “cara” está assistindo a outro contexto, diferente do nosso, que, conquanto torcedores e, portanto, apaixonados e irracionais, enxergamos com muita clareza as trevas que se avizinham, com a iminência do rebaixamento em um campeonato de times muito frágeis.

Mas vamos lá! Esperemos que toda essa gente a quem foi delegada a missão de conduzir as coisas do Paraná Clube (e bem sabemos há quantos anos esses mandatos têm sido mal-outorgados!) consiga fazer-se proficiente nas rodadas faltantes, sob pena de rebaixamento físico no tal cúpido campeonato e rebaixamento moral de nossas hostes, com perigosa influência sobre o “animus atuandi” para o campeonato nacional de segundões que se aproxima. Torçamos, ainda desta vez, torcedores doridos do Paraná Clube, para que nossos atacantes, efetivamente, ataquem, que nossos defensores defendam e que nossos armadores bem distribuam as jogadas.  Anelemos, pois, que nossos mandatários indiretos saibam cumprir o papel para o qual foram nomeados, atuando com a necessária contundência, por mais que não lhes seja inerente a habilidade. Tenho dito.



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